Diante da crise que vive o "espiritismo" brasileiro, seus líderes agora tentam reagir, desesperados. Em primeira instância, eles tentaram usar a grande mídia para mostrar seus "maravilhosos trabalhos", e a coisa não deu certo.
Depois, eles tentaram provar que estão certos, usando artigos acadêmicos risíveis, feitos com metodologias duvidosas, na tentativa de comprovar "cientificamente" alguns fenômenos absurdos, incluindo atribuir ao fictício André Luiz um pioneirismo científico de até 63 anos (!).
Usaram até mesmo dois militares norte-americanos, que provavelmente nunca conheceram Chico Xavier, para confirmar uma suposta profecia trazida por um sonhozinho de nada. Para piorar, o sonho de Chico Xavier era de 1969 e os episódios narrados pelos militares foram de 1964 e 1967. Portanto, uma previsão "confirmada" por dados passados (?!) e não futuros.
Desesperados com a onda de questionamentos que aparecem nas mídias sociais e na blogosfera, o "movimento espírita" brasileiro está em pânico e seus líderes agora falam em "coerência de conduta", preocupados com o que andam fazendo "alguns maus espíritas".
Eles reclamam que o "espiritismo" está falhando na sua conduta, e que precisa manter um ponto de equilíbrio e coerência doutrinária, mantendo o controle de seus impulsos e o esclarecimento pleno de seus membros e dirigentes.
Dizendo assim, tudo fica bonito, tudo fica maravilhoso. Só que a coerência que os líderes "espíritas" reivindicam, alegando "fidelidade à doutrina de Allan Kardec", também não passa de uma grande e bela conversa para boi dormir.
Isso porque a doutrina que eles pregam, cujos astros são Chico Xavier e Divaldo Franco, é em si marcada pela incoerência, porque o "espiritismo" que esses "coerentes" defendem é na verdade a sua forma já deturpada por ritos e dogmas católicos, há muito desvinculada do pensamento de Allan Kardec.
Que "coerência" de conduta é essa? Simples. A conduta calma, serena, sem conflitos, limitada às diretrizes do que se entende como "espiritismo" no Brasil. Nada de fidelidade a Allan Kardec, tão entusiasmadamente bajulado pelo seu carisma quanto maldosamente desdenhado pelo seu pensamento.
O que os líderes "espíritas" querem é apenas que se mantenha estável e sem conflitos um padrão de doutrina baseado no religiosismo exagerado, numa pseudo-mediunidade irresponsável mas voltada às "palavras de amor" e uma série de ritos e dogmas piegas, moralistas, místicos aos quais todos têm que aceitar e reconhecer seu valor (se é que ele existe).
Isso é que os chefes do "espiritismo" querem. Nada a ver com coerência com Allan Kardec e seu pensamento científico. Tudo a ver com os delírios de Chico Xavier e Divaldo Franco, que foram os que mais contrariaram a coerência espírita que provoca as polêmicas e crises que estão aí.
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