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Ateus brasileiros defendem Chico Xavier. Por que será?

Que Francisco Cândido Xavier tem seus fanáticos que não suportam ler uma vírgula contra o anti-médium mineiro, é compreensível sua existência.

O que se estranha é a quantidade de ateus que saem em defesa fanática a Chico Xavier, algo que escapa de qualquer lógica.

Nas mídias sociais, páginas ateias de vez em quando lançam textos e memes questionando as atividades, a trajetória e as ideias do anti-médium de Pedro Leopoldo e Uberaba.

Mas o dado aberrante está nas respostas neuróticas que os internautas fazem, incomodados com as críticas contra o "médium", não se sabe por que cargas d'água.

Afinal, Chico Xavier sempre foi um religioso, um beato católico, adorador de imagens, rezador de terços, e que seu maior princípio é a crença convicta na existência em Deus. É, portanto, a última pessoa com que um ateu poderia cogitar em admirar. Faria mais sentido um ateu ser apaixonado pela cantora gospel Aline Barros, pelo menos a beleza dela justificava.

A coisa se complica quando vemos que um ateu como o falecido jornalista inglês Christopher Hitchens se empenhou em desvendar um mito religioso semelhante ao de Chico Xavier, a Madre Teresa de Calcutá, e descobriu irregularidades a respeito das atividades e ideias da "filantropa" albanesa que atuou na Índia.

Aqui, é estranha a blindagem de ateus em torno de Chico Xavier, se o "médium" simboliza uma doutrina brasileira como o "movimento espírita" - na prática, um "espiritismo" distante de Allan Kardec - e que comete a maledicência de acusar os ateus de estimularem o suicídio e a revolta pessoal.

Recentemente, o palestrante "espírita" Richard Simonetti, um dos seguidores mais apaixonados de Chico Xavier, descreveu os ateus como "assassinos da esperança" e acusava o ateísmo de estimular o suicídio através da descrença do que o "espírita" acredita ser o Criador.

Os ateus gostam tanto de Chico Xavier, mas a doutrina deste não lhe dá a recíproca. Os ateus são amaldiçoados pelo "movimento espírita", considerados "pessimistas", "rancorosos", "negligentes", "intransigentes" e tudo o mais.

A gente então pergunta se realmente esses ateus que adoram tanto Chico Xavier são realmente ateus. Será que eles se tornaram "ateus" porque gostaram de alguma frase de Richard Dawkins? Ou porque acham que o Christopher Hitchens tinha pinta de roqueiro inglês? Ou será que é uma desculpa para parecer diferente e se destacar nas mídias sociais com alguma qualidade excêntrica?

Esse é um problema que os ateus brasileiros precisam resolver. Fica estranho não acreditar em Deus e acreditar em quem acredita em Deus. Isso não é o mesmo que um ateu respeitar a religião dos outros, mas uma complacência surreal e aberrante a uma figura estranha como Chico Xavier, que até na bondade era bastante duvidoso, explorando de forma sensacionalista as tragédias familiares.

Portanto, não há que ser uma coisa ou outra. Ou os ateus, adorando Chico Xavier, assumem que continuam acreditando naquele "amigão imaginário" chamado Deus, ou aceitem as críticas que se faz ao anti-médium do qual irregularidades diversas são investigadas na Internet, ainda que à revelia da visibilidade midiática.

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