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Mentiras "Espíritas"


Pode-se usar a bondade para permitir a mentira e a fraude? Se for no "espiritismo", sim. Porque o que se observa é que a irregular prática da Doutrina Espírita é sempre explicada pelos seus integrantes pelo "bom mocismo". É como se, para justificar a má compreensão do pensamento de Allan Kardec, eles apelem para o bom-mocismo.

Recentemente, um conhecido palestrante "espírita", em sua página na Internet, tentou nos enganar usando mensagens de Erasto, o discípulo de Paulo de Tarso, antigo perseguidor de cristãos depois convertido num mensageiro de Jesus.

Sabe-se que Erasto teria aparecido como espírito em atividades de diversos médiuns solicitadas por Allan Kardec, Sabe-se, também, que o professor francês não era um médium, mas analisou muito bem a atividade mediúnica, cuidadosamente estudada e sistematizada em O Livro dos Médiuns e no Controle Universal do Ensino dos Espíritos.

Erasto, através desses recados, alertava, entre outras coisas, que os piores inimigos da Doutrina Espírita não estavam fora dela, mas dentro dela. E que os espíritos mistificadores iriam intuir aos potenciais traidores "do lado de cá" para que adotem os mais belos discursos, usem as mais belas palavras e façam todo um aparato para seduzir com eficácia os incautos.

Em outras palavras: os inimigos do Espiritismo estariam dentro da doutrina, forjando discursos dos mais belos, falando de flores, crianças, anjos e esperança, citando práticas supostamente benéficas para assim atrair mais seguidores, enquanto escondem mistificações das mais traiçoeiras.

Ninguém vai atrair uma presa com aquilo que ela não gosta. Ela é atraída por aquilo que é o mais agradável possível. Daí que os piores traidores da doutrina de Allan Kardec, a partir de Jean-Baptiste Roustaing, vieram com discursos bonitos, que desviaram do cientificismo kardeciano.

O grande problema é que os traiçoeiros tornam-se tão traiçoeiros que os traidores mais habilidosos surgem exaltando suas vítimas e esculhambando seus mestres. Os piores traidores de Allan Kardec passaram a caprichar na "fidelidade absoluta" ao pedagogo francês, indo longe com seus discursos não somente belos e sofisticados, mas também mentirosos.

Pois o palestrante "espírita" foi evocar Erasto criticando os traidores da Doutrina Espírita, sem saber que o palestrante é um deles, já que segue a tendência igrejista que o "espiritismo" brasileiro professa. Cinicamente, ainda ilustrou a postagem com uma montagem grotesca misturando Jesus de Nazaré e Allan Kardec com um gaiato Chico Xavier.

Ignora-se que tudo que Francisco Cândido Xavier escreveu e falou é claramente contrário ao pensamento de Kardec. Ideologicamente, Chico Xavier corresponde exatamente aos traidores do Espiritismo alertados por Erasto, e que se serve justamente de todo o aparato de "coisas lindas" que seduz com eficácia os seus seguidores.

Como é que um mistificador como o anti-médium mineiro, que personifica bem a figura do traidor da Doutrina Espírita, aparece "tranquilão na sua" na ilustração de uma postagem sobre Erasto, quieto como se fosse um penetra que entrou numa festa pela porta dos fundos?

Que coerência se deve esperar de um artigo desses? Nenhuma! O alerta de Erasto não só se dirige aos roustanguistas mais assumidos, mas a todo pior traidor que queira se dissimular. E os chiquistas são os maiores dissimuladores, traindo o Espiritismo com a mesma intensidade com que fingem expressar fidelidade rigorosa e inabalável a Allan Kardec.

OUTRO TRAIDOR

Mas como essas manobras não param por aí, vemos um outro caso, em que um blogueiro tenta professar a mais rigorosa e respeitosa fidelidade ao pensamento e trajetória de Allan Kardec, mas exaltando a figura de outro de seus maiores traidores.

A página não é brasileira, mas portuguesa, e o artigo tenta fazer críticas àqueles que "adulteram o Espiritismo" trocando o termo "consequências morais" por "consequências religiosas". O texto do blogue português tenta, desse modo, exaltar os três princípios kardecianos de Ciência, Filosofia e Moral.

O grande problema é que, depois dessa aparente manifestação de fidelidade a Kardec, o blogueiro vai logo elogiando um dos traidores, o anti-médium baiano Divaldo Franco. Juntamente com Chico Xavier, Divaldo reduziu a Doutrina Espírita ao mais perfido igrejismo que deixaria envergonhado o pedagogo francês.

Se Chico Xavier traiu o Espiritismo inserindo dogmas católicos dos mais retrógrados e adotando um preocupante ultraconservadorismo moralista digno das cátedras medievais, Divaldo assinou embaixo de tudo isso e ainda foi longe com alguns delírios esotéricos, como a farsa das "crianças-índigo" feita para um ex-casal de desocupados dos EUA ficarem vendendo livros de auto-ajuda.

O próprio Divaldo Franco, que veste a capa do "professor culto" e se utiliza de um discurso ao mesmo tempo rebuscado e prolixo, tenta dissimular a traição que o baiano faz ao pensamento de Kardec, se valendo dos recursos que haviam sido denunciados por Erasto.

Divaldo se deixa valer por estereótipos e estigmas que fascinam muitas pessoas. A imagem do "bom professor", bem vestido, culto, verborrágico, simpático e gentil, ou a imagem do orador catedrático, a exibir sua beleza de palavras nas tribunas e palanques, Num país ainda bastante conservador como o Brasil, esses estereótipos do tempo da vovó continuam valendo surpreendentemente.

E aí vemos Divaldo Franco cometendo atrocidades doutrinárias, mistificações aberrantes, apenas se valendo de um perfil que parece mais verossímil do que Chico Xavier, cujo perfil se valia por um jogo de contradições e contrastes.

Chico Xavier era o "ignorante que virou sábio", o "fraco que ficou forte", defendia a "voz do silêncio", era o "caipira que conquistou o mundo", o "derrotado que virou vencedor" e outros clichês que parecem lindos - sim, Erasto nos alertava para a beleza das armadilhas - mas que não passam de um mero jogo de contradições que seduz, engana e lesa as pessoas como nos jogos de três copos nos tabuleiros armados por farsantes.

Já Divaldo Franco tenta evitar essa abordagem confusa e contraditória do amigo mineiro que enfrentou muitos escândalos. Divaldo tenta adotar uma postura sóbria e elegante, enquanto tempera seu charlatanismo com a pretensão de saber e responder tudo, vide a tendenciosa e perniciosa série de livros com "respostas" prontas para qualquer questão na vida.

Mesmo com essa postura, Divaldo não se livra das contradições e fraudes. Ele fez plágios literários, como Chico Xavier, e usa falsetes em pretensas psicofonias que seguem o mesmo estilo de mensagem. A canastrice do anti-médium baiano pode ser mais sutil, mas, como se percebe na ridícula adesão à tese das "crianças-índigo", também mostra vários momentos patéticos.

Os dois artigos que evocam a "coerência de Allan Kardec" mas louvam os traidores de sua doutrina mostram o quanto o "movimento espírita" gosta muito de mentir. Mentiras descaradas, hipócritas, enganadoras, fraudes tão deploráveis quanto mais se utiliza o verniz de "bondade" e "caridade".

Isso porque a mentira que se torna o recurso do "movimento espírita" já é, em si, um ato prejudicial, defendendo ideias que não pratica, e por isso tornam-se processos dos mais traiçoeiros de enganação do público espírita. Usar a bondade para proteger essa mentira é uma maldade das mais gritantes e era isso que Erasto nos tentou prevenir.

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