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Movimento Espírita e Futebol: uma mistura mais do que heterogênea

No Brasil, o futebol, que deveria ser encarado como mera diversão, é tratado como assunto sério, como se o bem estar da população dependesse da entrada de uma bolinha em uma trave com rede. Algo típico de uma população sem discernimento, sem auto-estima e completamente infantilizada.

O Espiritismo brasileiro, tão sem discernimento e tão infantil quanto, achou excelente associar a versão "farofa" da doutrina codificada por Kardec com o famoso esporte, aumentando o caráter de seriedade desta forma de lazer. Já temos o cacoete incurável de colocar o futebol em tudo quanto é assunto, porque os espiritolicos não iriam fazer o mesmo?

Legal porque unem-se dois tipos de fanatismo cego, travando a evolução intelectual da sociedade e colocando-a numa ilusão fantasiosa que só combina com a mais tenra infância, onde fadas e duendes perambulam por nossos imaginários. Crescidos, na ânsia de prorrogar a infância, pelo menos no lazer e na religiosidade, decidimos criar novas fadas e novos duendes.

Chico Xavier:o sacerdote que casou o Espiritismo brasileiro com o futebol

Se não bastasse a considerável quantidade de jogadores com o nome de "Allan Kardec" (com as mais variadas mudanças de grafia) e o fato de que o espírito André Luiz supostamente ter sido presidente de um clube de futebol, a morte de Chico Xavier serviu como uma deliciosa, mas alucinógena cereja no bolo, ao decidir que o falecimento seria num dia de vitória futebolística.

O curioso é que o "honesto" Xavier (praticante de fraudes) morreu num dia em que a "seleção" conquistava a sua vitória de modo fraudulento, numa copa que começou desonesta, desde a eliminatória, onde, no desespero de não faltar a uma copa, a CBF fez de tudo para que a "seleção" entre as últimas, pudesse garantir a sua vaga na copa que trouxe o penta - forjado para favorecer a escolha do Brasil para a copa de 2014 e mais ainda o poder de Ricardo Teixeira, provável próximo presidente da FIFA -, gerando a falsa alegria de um povo que nunca consegue se livrar de seus problemas. 

O mais curiosos ainda é que o comportamento da "seleção" na copa de 2014, que forjou uma invencibilidade mesmo com jogadas fracas e hesitantes, pagando adversários fortes para jogarem mal, favorecendo aquilo que resultou no penta-campeonato. Embora quase ninguém admita, embora esteja visível, a "seleção" da CBF (a FEB do futebol) repetiu em 2002 a mesma atuação da França (país de Kardec e do surgimento do Espiritismo) na copa anterior, esta claramente acusada de fraudulenta, do contrário que os supostamente honestos "meninos do Brasil", nascidos no país do "jeitinho". Quando o Ladrão é de casa, ninguém que acusá-lo de roubo.

Assim como na vida comum, o fútil futebol não deve se meter com o Espiritismo

Futebol só é válido como lazer. Foi para isso que ele foi criado. Não foi algo para ser levado a sério. Levar a sério uma forma de lazer como o futebol é coisa típica de quem ainda não amadureceu e coloca as brincadeiras acima dos estudos.

Não vou entrar na questão do verdadeiro motivo que fez Chico Xavier morrer na mesma data da vitória da "seleção". Até prova ao contrário, prefiro acreditar que foi coincidência, embora há indícios de que certas lideranças lancem mão de coisas ilícitas para preservar seus interesses. Ainda existe muita polêmica em torno disso, já que até entre os espíritas científicos, é evidente o medo de dissociar a quase divinal imagem de santo do ingênuo médium. Mas associar a morte dele ao supérfluo futebol, justificando que a população estava "feliz" já é uma verdadeira coletânea de tolas mistificações em um só fato.

Essa associação infeliz só fortalece a alienação e a fé cega, travando o raciocínio e superestimando uma forma de lazer que mesmo campeã, ainda não trouxe de fato a verdadeira alegria para a população, servindo mais de instrumento de estímulo à passividade e cegando as pessoas com sua luz forte, mantendo todos os erros que há muitas décadas nenhum brasileiro, nem mesmo o bondoso Xavier, conseguiu consertar.

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