Mas fatos comprovam que a religião é só brasileira mesmo. mesmo o Espiritismo original, kardeciano e sem a contaminação místico-catolizada que recebeu no Brasil, se tornou totalmente desconhecida em seu berço, a França. Todo o trabalho de Allan Kardec foi-se junto com ele, para todos verem uma gororoba mística cheia de contradições ser colocada no lugar pelos brasileiros.
Apesar de pegar a fama de "seita filosófica que une fé e razão" da doutrina original, o que se vê é um desfile de dogmas surreais e escandalosamente absurdos que servem apenas para satisfazer a tara mística de seus seguidores, que estão pouco dispostos a raciocinar de forma plena. Uma religião de fé cega como as outras, cuja associação com a razão só serve como propaganda, isca para atrair gente diferenciada.
Essa característica é tipicamente brasileira, já que somos um povo que adora ser considerado inteligente e sábio, sem mexer sequer um neurônio de cada cérebro. Temos o orgulho de nos acharmos inteligentes, acreditando que não é preciso raciocinar para ser considerado como tal, bastando ter as crenças "certas" e confiar em lideranças que nos inspirem confiabilidade, como os "médiuns espíritas".
Além da doutrina original ter sido descartada já na França, ela chegou ao Brasil já deturpada, contaminada por vários pontos inseridos pelo Roustainguismo, cujo nome é desconhecido pelos seguidores brasileiros, embora seus principais pontos são seguidos até hoje dentro da versão brasileira da doutrina.
Curioso que a iniciativa reforça o dogma do "povo escolhido" herdado de outras religiões, com os brasileiros acreditando serem melhores que os outros porque aqui temos o "Espiritismo" e que vamos "ensinar aos outros" os "valores importantes do pensamento cristão" de forma "mais racional e moderna". Ilusão, mas coerente com a ingenuidade do povo brasileiro.
A necessidade de uma religião é estimulada pela sociabilização e o medo de exclusão social pela negação da fé cristã (já que a bondade foi privatizada e virou patente (©) de Jesus Cristo) tira de nós o caráter que garante a confiabilidade alheia. Pois bondoso não é quem ajuda o próximo, mas quem acredita naquele que - supostamente - ajudou.
Por isso que os "espíritas" são o que são, acreditando seguir uma religião diferenciada que, além de satisfazer o auto-reconhecimento de uma suposta bondade, serve para posar de "intelectual" e moderno", fato que justifica a grande presença de ricos e pessoas graduadas na versão brasileira da doutrina.
Mas não se iludam. Tudo é mera fachada para que no Brasil se siga uma religião cheia de estereótipos positivos e que só serve para encher o ego de quem se acha melhor que os outros, pensando que melhora seu caráter e intelecto seguindo uma seita cheia de bobagens e contradições só por causa do verniz de intelecto, de modernidade, de honestidade e de humildade
Mas uma seita desta só poderia ser seguida no Brasil. Nosso povo ingênuo e pouco afeito a racionalidade prática é o povo preparado para este tipo de seita.
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