Do contrário que o verdadeiro Espiritismo, que amarga uma surpreendente impopularidade com palestras vazias, a sua versão deturpada, cheia de erros, enxertos e estimulante da fé cega, cresce cada vez mais, sobretudo entre católicos não assumidos que acreditam em reencarnação. Uma beleza.
Este crescimento tem se revelado uma verdadeira mina de tesouros para a FEB e para editoras similares que lucram gigantescas fortunas com seus livrinhos que enrolam textos enormes sobre paz e amor ou sobre pseudociência. A FEB, sobretudo, tem estimulado cada vez mais todo o tipo de oportunidade que signifique o acréscimo de muito dinheiro em seus cofres ou de adeptos e também de dissidentes. E nenhuma dessas oportunidades é desperdiçada.
Mas, claro. Essa corrida pelo ouro espiritólico não deve ser assumida. Ia pegar mal, espantar adeptos e fracassar os planos. Por isso mesmo, o Espiritolicismo tratou logo de criar um dogma, onde toda e qualquer vendagem seja destinada à caridade.
Mas que caridade? Onde estão as mudanças sociais que deveriam aparecer nos resultados de anos e anos de caridade feitas? Mesmo fora do Espiritolicismo, vemos muitas ONGs e instituições que se limitam a caridade estereotipada, aquela que conforta, mas não transforma, chegando inclusive a embutir valores duvidosos nas mentes dos assistidos, na tentativa de impedir qualquer revolução social. Nas instituições espiritólicas, não é diferente.
Isso pode significar que, mesmo que chegue algum dinheiro a essa caridade, ou ele é pouco, ou mal distribuído ou mal administrado. Mas não é absurdo imaginar que o dinheiro da vendagem de livros, dos ingressos de palestras e de outras formas, nem chegue às mãos dos necessitados.
Duas coisas a observar no Espiritolicismo quando se refere a dinheiro:
- Donos e administradores de centros sempre ostentam alto padrão de vida.
- Mesmo existindo inúmeros tipos de mediunidade, são estimulados apenas aqueles que possam ser convertidos em obras que possam ser vendidas ou se tornem espetáculos que atraiam multidões que possam se tornar fregueses em potencial dos produtos espiritólicos.
Nem é preciso comentar muito a respeito nestes dois aspectos.
Chico Xavier e o Dinheiro
Chico Xavier, o ícone-símbolo do Espiritolicismo, é estigmatizado como o "homem mais bondoso da Terra" pelo simples fato de ter entregado os direitos autorais de seus livros a editora da FEB. A editora nega e alega que os direitos são para a caridade. Mas a quantidade de exemplares vendidos comparado a transformação da sociedade desmentem esse mito.
E cá para nós: Xavier cometeu um erro grave (mais um de seus muitos erros - como esse cara errava!!!) em recusar o seu direito autoral. As pessoas tem a mania de pensar que ser voluntariamente pobre é sinal de bondade e de humildade, quando na verdade é sinal de falta de sensatez. Na verdade o que é condenável é ser rico, é querer ser melhor que os outros. Ganhar em prol de sua sobrevivência, tendo o direito ao mínimo de conforto nada tem de errado. Se por um lado é ruim ganhar mais do que os outros, ganhar menos que o necessário é igualmente danoso, onde a própria pessoa é que acaba se prejudicando.
E a suposta caridade de Xavier em nada ajudou de fato. Todo o estereótipo de "bondade infinita" associado ao médium é mais um dos fatores que fazem com que os livros que levam o nome de Xavier vendam cada vez mais, enriquecendo editoras, centros ou qualquer um que esteja disposto a usar o nome de Espiritismo para lucrar indevidamente às custas de ingênuos.
Eis os vendilhões dos templos modernos, que falam em nome de Jesus e de Kardec para fazer justamente o que estes reprovavam com bastante razão e bom senso.
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