Herculano Pires, o mais fiel tradutor das ideias de Allan Kardec no Brasil, havia definido o "Espiritismo" pirata praticado no Brasil como "Seita de Papalvos". Papalvo foi uma palavra utilizada para não soar ofensiva, mas quem for ao dicionário vai perceber que significa "otário". E a cada dia que passa, o "Espiritismo" brasileiro age como uma seita de otários.
E eis que vivemos numa época mais que difícil, numa crise forjada pelo poder econômico para servir de chantagem a pressionar os políticos para que ajam em favor das elites que sustentam o país. Crise que serviu para tirar uma presidente honesta do poder para colocar uma cambada de corruptos no lugar, só porque a ideologia defendida pela presidente e seu partido não agradava a boa parte da elite e de seus fã-clubes capitalista e fascista.
Mas para os "espíritas" brasileiros, está tudo muito bom, está tudo muito bem, mas realmente eles preferem ficar longe disso tudo, esperando que orações e caridade paliativa compensem os problemas da sociedade abandonada pelo "novo" governo, instalado através de um golpe não-estereotipado, mas explícito, que legisla apenas a favor das elites.
Os "espíritas" agem como se nada de diferente estivesse acontecendo no país. Metidos a científicos, agem como irracionais sonhando com um mundo de conto de fadas. Devem estar achando que Chico Xavier virá voando salvar todos da crise, se esquecendo que ele reencarnou para pagar pelas mentiras que espalhou em suas obras e declarações. Quem encarna em planeta de provas e expiações nunca encerra a capacidade de reencarnar, seja neste ou em outro planeta.
Divaldo Franco, outra suposta "divindade encarnada" do "Espiritismo" brasileiro, considerado "filósofo" por muitos, deu uma solução simplória para superar a crise, algo incompartível com a fama de sábio que possui: ore. Justamente a mesma solução proposta por Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus frequentemente criticado pelos "espíritas" que na verdade quase nada oferecem de diferencial em relação aos pentecostais.
Jornais, revistas e periódicos "espíritas" se limitam ou a ignorar a crise ou a propor soluções simplórias, passando um xeque-mate na fama de "doutrina racional" que os "espíritas" insistem em fingir que seguir.
Na verdade as religiões não estão muito preocupadas com os rumos do país. Com exceção de setores progressistas da Igreja Católica, as outras religiões ou acreditam que tudo vai se resolver "divinamente" através de orações ou que tudo está resolvido (este o caso da bancada evangélica, intensamente participante do governo recém-instalado). Supostos "rivais" dos pentecostais, os "espíritas", acostumados a puxar o saco dos governos vigentes, se mantém em silêncio, embora fique subentendida a afinidade ideológica a respeito de política com as posturas da bancada evangélica.
Uma seita que apoiou a ditadura, esteve na fascista Marcha da Família com Deus pela Liberdade (sic) e cujo maior líder, Francisco Cândido "Chico" Xavier, disse que os torturadores estava construindo um "Reino de Amor", não é surpresa que "espíritas" estejam tranquilos com o golpe e com as consequências funestas que eliminarão muitos direitos essenciais, que já eram poucos, da população carente.
Para os "espíritas", basta a fé cega (que eles chamam de "raciocinada"), orações (meros placebos em forma de palavras) e ações de caridade puramente paliativa como sopinhas aguadas e agasalhos rasgados. Desta forma que os discípulos de Chico Xavier, o "deus" máximo dos papalvos, acham que o Brasil vai cumprir a falsa profecia de ser o "Coração do Mundo".
Uma "potência mundial" com um bando de ladrões no poder legislando em prol de uma elite mais que abastada e uma população carente sem perspectivas de vida, obrigada a sorrir porque tem sopinha aguada, agasalho rasgado e palavras "sábias" de verdadeiros pilantras disfarçados de "mestres espíritas" que reencarnarão para pagar pelas mentiras que professam e pela negligência em deixar o Brasil piorar cada vez mais.
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