Infelizmente, o "Espiritismo" brasileiro é a religião mais respeitada do Brasil, já que suas irregularidades e erros nunca são denunciados. Por isso fica fácil pagar a doutrina brasileira, totalmente contradizente com a doutrina original francesa, e preservá-la diante da opinião pública que a define como a religião mais racional, moderna, honesta e humilde do país.
Na época das eleições, correu uma declaração de Divaldo Franco que deixou os seus admiradores mais progressistas de cabelos em pé, embora em inúmeras vezes, inclusive em suas obras, o "médium" baiano tenha exposto seu claro conservadorismo, adequado a forma medieval de Catolicismo que dominava em seus tempos de jovem.
Falando curto e grosso: Divaldo declarou seu apoio a Jair Bolsonaro. Não podemos mais colocar provas disto aqui por alguma censura que retirou qualquer referência a declaração para que fiéis progressistas continuassem idolatrando o "médium", que dá muito dinheiro para a FEB através de palestras e livros.
Mas vendo as redes sociais, é um triste e real fato e tem causado briga entre os fiéis do "Espiritismo" brasileiro, divididos entre apoiadores (religiosos ou cristãos) e detratores (científicos ou ortodoxos) do "médium". Entre os defensores há enorme interesse em preservar o prestígio de Divaldo, considerado um farsante por ninguém menos que Herculano Pires, melhor tradutor de Allan Kardec.
Se Divaldo apoiou Bolsonaro, como dizem as redes sociais dedicadas ao "Espiritismo", ele entrou numa sinuca de bico, numa situação onde quaisquer das alternativas é capaz de derrotá-lo, sendo fatalmente ferido em cada um dos aspectos. Uma situação que, qualquer que seja a hipótese assassinaria a queima-roupa a reputação do "médium" baiano.
Segundo informações, Divaldo, que condenou o Socialismo, por atribuir a este, características fascistas (?!) de prejuízo humanitário, disse que Bolsonaro seria um bom presidente e faria um bom governo pelo Brasil. Baseando nestas declarações, vamos considerar duas hipóteses:
Considerando que Divaldo Franco seja um paranormal, um médium, que fala com espíritos, conhece o futuro e lê as mentes humanas, Divaldo sabia que Bolsonaro era neo-nazista e que realizaria um estrago no Brasil. Na ótica de Divaldo (outro simpatizante da Teologia do Sofrimento), "bom governo" seria este caos que vemos hoje, com um país em frangalhos, sofrimento e genocídio em todos os cantos do país?
Se considerarmos Divaldo como um pacifista, um altruísta incansável que sempre trabalhou em benefício da população, então ele n~]ao é médium, pois não sabia que Bolsonaro era um neo-nazista, enxergando nele a competência e a responsabilidade social comprovadas por Lula, uma personalidade que Divaldo sempre detestou, por razões ideológicas.
Vocês escolham, meus amigos. Se Divaldo é médium, ele é fascista: ou seja, não é bondoso. Se Divaldo não é fascista, sendo infinitamente bondoso, ele não é médium, pois não teve as condições espirituais para analisar e prever os acontecimentos, identificando no líder fascista o seu mal-caratismo, revelando-se como um farsante na capacidade mediúnica.
Nos dois casos, Divaldo Franco arruína o seu prestígio, prova de que em toda a sua carreira de líder "espírita", ele conseguiu enganar multidões. Mas o lobo encontrou uma fartura de ovelhinhas inocentes para serem devoradas e hoje, mesmo velho, está muito bem alimentado, gordo e feliz, sem perspectivas de desencarne imediato.
Enquanto isso, Bolsonaro segue destruindo o país, sob as bênçãos do "Espiritismo" brasileiro.
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